segunda-feira, 24 de maio de 2010

A cidade tem medo





Olá pessoal. Ontem vivi alguns minutos de incertezas no futuro. Presenciei um assalto a mão armada a uma senhora de 70 anos. Vi tudo pela janela e não pude fazer nada. Vocês dirão e a policia, após ligar para a central de policia, a mesma chegou exatamente 20 minutos depois que o ladrão já tinha ido embora. Mas esqueçam a policia e pensem na sensação de injustiça, impunidade e medo. Estes foram os sentimentos com os quais convivi no dia após o assalto. Cuiabá é uma cidade aparentemente tranqüila. Vivi em um bairro de periferia quase 30 anos e nunca vi uma cena destas. Para conforto e por estar mais perto de hospitais, bares, supermercados, shoppings, resolvi mudar para o centro da cidade. Que decepção. As pessoas neste lugar falam de assaltos a carros, como se fosse roubo de um pirulito. Falam de assalto a mão armada como se fosse natural as pessoas viverem sob a mira de um revolver. Será que os grandes centros das cidades estão a mercês dos assaltantes porque as pessoas de classe media alta e alta tem vergonha de clamar por segurança, ou porque tem dinheiro suficiente para repor as jóias, carros e bolsas levadas pelos vândalos? Eu ainda não consegui me sentir segura. O medo e pavor de sair de casa tomaram conta de mim. A indignação e a hipocrisia das pessoas também me deixam estarrecidas. Que cidade é essa? Cuiabá? São Paulo? Rio de Janeiro? Meu Deus, somos prisioneiras de nós mesmos. Estamos presos, os bandidos dão as cartas e neste jogo quem ganha é aquele que aterroriza mais a população.
Este é mais um desabafo de uma moradora da cidade de Cuiabá, cidade da Copa 2014.






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